quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Capítulo 2 - Fazendo amizades

Bem,  logo que cheguei na festa uma das primeiras pessoas que conheci foi a Cida, uma morena na idade da loba, vestindo a carapuça de pessoa humilde, mas de muita personalidade, que veio parar aqui para esquecer decepções amorosas, as durezas da vida e aqui resolveu ficar porque sentiu que seria muito legal para os filhos crescerem nesta festa. O tipo que não leva desaforos pra casa, embora saiba muito bem o que dizer e pra quem dizer.

E no dia-a-dia da convivência fomos descobrindo as diferenças e as semelhanças que unem as amizades. Descobri que ela é uma das pessoas que assume com prazer que está amando participar dessa festa e que dela não quer sair nunca.  

Não gosto de falar de diferença de idade, mas sim, de diferença de experiências e o quanto isso pode ser prazeroso, o quanto acordamos achando que sabemos tudo e vamos dormir descobrindo – pasmem - que na verdade,  há sempre algo para nos surpreender.

Para essa minha amiga, a família está acima de tudo, até da própria felicidade. E aí está a nossa grande diferença... para mim, se eu estiver feliz é sinal de que todos que amo estão felizes. Eu acho que a gente nunca deve anular a nossa existência por alguém, viver em função de alguém e sim, viver COM ALGUÉM!(ou alguéns).

Não existe uma felicidade, e sim, várias felicidades. Você pode ser feliz no seu trabalho, mas ser infeliz no matrimonio, ou o contrário, ser emocionalmente bem resolvida e profissionalmente frustrada!!! 

E vamos deixar de lado aquela balela de que o amor é tudo de que precisamos... me considero extremamente apaixonante e apaixonada,  mas não me iludo, o amor é vaidoso, é ardente e carente... afinal só vivemos bem  se alguém notar que existimos! Senão qual o sentido da vida?! Aí descobrimos que precisamos, além de amor, de admiração, de reconhecimento e de outras cositas más.

Não estudei psicologia, mas já reparou que se você conversar com aquelas pessoas deprimidas, acaba descobrindo que a vaidade delas não foi preenchida? Ou ela não se sente amada, ou admirada, ou bem sucedida. Certo! Respeito e até confesso que já tive lá meus momentos de depressão, e pensando bem, acho que é por isso que falo com alguma propriedade (de paciente que nunca fez análise a acha que sabe tudo).

Agora me diga, caro leitor, como posso dar ênfase aos meus pensamentos sem soltar uma bela de uma palavra “feia”? Sim, porque neta de italiano com português só pode dar m.... E o pior de tudo isso é que a gente aprende que não pode falar sonoramente como gostaria ou escrever com letras garrafais. E gente! Como é gostoso soltar umas palavras feias de vez em quando!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Capítulo 1 - Como vim parar nesta festa

Estava eu cansada de participar de uma festa onde as pessoas não tinham nada a ver comigo. Vivi numa grande metrópole onde a música que rolava seguia o putz-putz da minha geração e cai de ”paraquedas” numa onde a música que se arrastava era sertaneja, as rodinhas que se formavam eram de pessoas com a visão bastante limitada e não tenho nenhuma modéstia em falar que o que me consome é a vontade de aprender coisas novas e pessoas interessantes.O lugar também era feio, sem cuidado algum dos participantes.

O meu urso interno gritava: “Me tira daqui, eu não agüento mais!”

Vamos lá, vai, por mais que a festa seja ruim, você encontra alguém que sente afinidade, troca emails e promessas de continuar - sim, tenho uma grande amiga lá -, mas de resto, não tinha mais jeito.

Aí comecei a maniquetar onde eu queria ir e pensei e voltar pra uma em que já conhecia, onde passei a minha infância e adolescência. Eis que surge a oportunidade de vir pra cá.

Foi tão rápido, que quando vi, já estava aqui. Como todo local que você não conhece, vim ressabiada, com a pulga atrás da orelha, mas adorei a decoração da festa: umas montanhas verdejantes, um aroma de ar puro no ar, poucas pessoas e com várias particularidades. O mais bacana foi descobrir que muitas pessoas também vieram de fora.

O que demora é você se enturmar, ainda mais eu que sou reservada. Mas aos poucos, a gente vai se descobrindo e aparece cada coisa, você não sabe se é possível ou não.

Introdução

Eu sei como vai acabar essa história, mas não se começa um livro pelo fim, então... terão que ter a paciência de acompanhar  capítulo por capítulo. Que novidade!

A vida é uma coletâneas de festas , cada qual rolando em algum lugar, de acordo com o ambiente, com o clima e, meu ... eu estou numa que estou adorando participar! Os convidados são pessoas que vieram de outras festas.

Alguns estão há bastante tempo e outros simplesmente passaram, ouviram a música do lado de fora, entraram e resolveram ficar.

Alguns vieram passar o tempo, outros fugindo dos próprios pensamentos, da vida dura que levavam, de amores impossíveis, das grandes metrópoles e outros simplesmente se apaixonaram e ficaram na festa porque ela é boa demais pra sair e apenas ir embora.

Há ainda outros que já faziam parte desta festa, resolveram conhecer outras paragens e decidiram que é aqui mesmo que querem ficar.

Convido cada leitor para dar uma espiada na festa dos forasteiros.